Venâncio Aires, rua Osvaldo Aranha, tenho doze anos. Uma colega de aula da minha irmã, com 16, vem estudar aqui em casa. Lá pelas quatro da tarde, eu dou um bick no quarto, as duas estão fofocando sobre a cama. Chego mais, a amiga, que veio de outra cidade há pouco tempo, deixa eu beijar o canto da sua boca. Deixa eu tocar seus peitinhos sobre a blusa. Deixa eu até passar a mão sobre a área onde as duas pernas da calça Lee se encontram. O universo até pode ter outras coisas pra se preocupar, mas aquele momento ali ficou pra sempre.
Anos depois, eu peguei uma marreta e derrubei aquelas paredes, o lugar do meu primeiro contato com uma mulher de verdade virou apenas a mesa doze, treze e quatorze.
Dourado Bar, ali aprendi o básico da química, jovens não se misturam com velhos, colorados não se misturam com gremistas, arquitetos não se misturam com engenheiros, errepês com pepês, e tudo o mais, menos.
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