sábado, 25 de setembro de 2010

A BONECA

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A gente era moleque e tinha soldadinhos de plástico pra fazer guerrinha. Aqueles mesmos que aparecem nos filmes Toy Story, de matéria, verdes. Só o Alexandre Nunes tinha soldados de chumbo (o Gilvan, primo do louco, também tinha). Mas um dia, meu irmão me convidou pra uma grande batalha que ia ter perto do Colégio Oliveira, na casa dum tal de Alexandre Wickert. Fui lá e fiquei louco: o Xande tinha uma MULHER de plástico. Imediatamente propus trocar o que eu tinha na mão, seis botões de jogo vermelhos pela gostosa de polipropileno. O Wicão, gremista, pergunta, o que eu vou fazer comn esses colorados? Eu respondi que pro time dele poder jogar bem, tinha que poder treinar contra o inimigo, contra os vermelhos. Vale tudo nesta hora. Ele topou e eu voltei pra casa com aquela gatinha vestindo um safári bege com calças de montaria. A pocha não durou muito, numa batalha, nos fundos lá de casa - Coronel Agra 1165, dias depois, ela se derreteu junto com outros companheiros de trincheira quando jogamos óleo de soja e botamos fogo, quem não conhece o Nomex que se role no chão.

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