domingo, 22 de agosto de 2010

SCARY SCARS STORY

Tenho algumas cicatrizes, cada uma, uma história.
A primeira foi uma cirurgia do dr. Valmir, outra do dr. Plínio. Conto outra hora.
A terceira foi, fui? eu que fiz. Aos gloriosos treze rodopios ao redor do sol, comprei umas chapas de compensado, um arco com umas serrinhas no Benno Wendt e me fui pra casa do meu amigo José Inácio. Cortei duas peças longas, as duas laterais de um arranhacéu (hifenem se quiserem) com um metro de altura. Depois, serrei dezenas de peças quadradas, e montei os andares, uns trinta, de 15x15cm. Minha idéia era fazer ali apartamentos, com as pessoinhas morando no seu lar. O resto eu ia fazer de papel. Aí começou a zica. A última peça saiu torta, eu na pressa peguei uma faca de ponta e comecei a aplainar o excesso da cobertura e... feito! Um dos golpes pegou na minha mão esquerda, abrindo um talho de uns 2 cm. Não me assustei nem nada, vi que tinha que resolver e me fui. Peguei um pano velho da dona Maria, esposa do seu João da CEEE, que me apresentou pela primeira vez carne de jacaré (outra história) e me larguei dos altos da Osvaldo Aranha, da Treze de Maio, ao lado dos Móveis Schuh, onde o Eltinho disparava grampos com a pistola pneumática da fábrica (de móveis, remember) na gente, até minha casa, umas quatro quadras abaixo. Cheguei no lar, era um sábado, mostrei pra mãe, que chamou o pai que tava com a Zero Hora no sofá. O pai só disse: Tu tá colhendo o que tu plantou. Não entendi direito, mas saquei que era eu por eu mesmo e me fui pro hospital. Lá, o pessoal me atendeu sem perguntar quem eu era, se tinha documento ou não. Não esqueço da agulha que era um anzol, da injeção de anestesia dentro da ferida e de sentir algo diferente, tato sem dor, eu era o costurador e fui costurado. Saí dali com três rosetas pretas entre o indicador e o polegar. O edifício ficou assim, duas laterais, trinta andares e ninguém morando dentro dele, até que joguei no lixo. Tomara que esse pessoal não me processe. O projeto, eu vim a saber de mim mais tarde, era uma cópia de um prédio real, com duas torres gêmeas nos Estados Unidos, chamado de World Trade Center, que tinha sido mostrado no Fantástico e... também não existem mais. Empate.

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