quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

B-KIND, OU C-JA LEGAL


Havia um reino encantado onde as pessoas eram apaixonadas por pipoca.
Todos naquele lugar tinham a mesma paixão. E este objeto de desejo separava a todos: Cada um gostava de um sabor. E não aceitava que os outros preferissem outros sabores, o seu sabor era o melhor! Como é que aquele cara ousa comer pipocas tão deliciosas com aquele sal todo, e com orégano! Eles tem que preferir o meu açúcar com canela, isto é que é bom! Ao mesmo tempo que cada um queria ter opção para escolher o seu próprio gosto, não permitia que ninguém mais desfrutasse dessa liberdade. Todos se julgavam filhos únicos, príncipes e princesas encantados, prediletos da raça com direito a tudo, ficando os deveres para os outros. Como diz Kurt Vonnegut (eu leio, não faço de conta) qualquer texto acadêmico, script de (B)ollywood ou mesmo uma piada tosca, ao chegar aos seus dois terços, já está pronto. A história das pipocas tem que ter um fim, claro, nossas cabeças são formadas pela tevê, o vilão tem que ser punido no final.
Pois então, um dia acabaram as pipocas.
Daí, as pessoas começaram a comer pão. E ninguém concordava qual era o melhor acompanhamento para passar nas fatias. Pronto.

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