domingo, 21 de fevereiro de 2010

MINHAS MAIS CÉLEBRES CAGADAS.................... 13-A BEL


Eu tinha 14 anos, estava aprendendo a dirigir, com meu pai. O pai tem uma capacidade incrível de resumir toda uma situação em uma frase, e lembro de várias delas, tipo: Andar com um carro é fácil, o difícil é colocar em movimento e parar... e por aí vai. Um dia ele surgiu com uma Belina zero km, bege-champagne, era o nome da cor. Enchi seu saco até ele me deixa sair com o carro. Quando consegui, estávamos em nossa chácara (não temos mais), peguei a Bel e rumei para a cidade, ao encontro dos amigos do muro da Tiradentes, que mais tarde seria o Bolori. Ali, em 3 segundos, a Bel estava cheia de amigos, e fomos bandear no domingo na velha Venâncio. Aí eu, pra mostrar que era o mais velho, mais moderninho, fui comprar cerveja. Fui até a Sovinha, entrei e perguntei: Tem cerveja em lata? O atendente me respondeu com essa pérola da fineza: "Em lata, só azeite". Oquei, manobrei a Bel, fui sair e... Bang! Bati de leve, achei eu, na traseira dum Opalão velho que estava estacionado. Já juntou gente, veio o dono do Opas, eu dei todo o meu salário pra ele, 180 cruzeiros, eu tinha visto fazia uma semana na Vidraçaria São José uma lanterna igual por uns 30 mangos, certamente aquilo pagaria o preju do cara. Agora viria a parte mais difícil: Mostrar o carro para o pai. Reuni o pessoal, saímos, um silêncio funéreo dominou a cena. Na esquina, parei a Bel e todo mundo desbaratu na metade dos 3 segundos que tinham levado pra entrar. Zupt! Segui sozinho, quando me aproximei, o seu Renato já tava me esperando. Acho que ele ficou tão triste em me ver chegar com o belo farol dianteiro direito quebrado que nem me deu bronca, nada. A minha preocupação era que a pintura metálica não ficava perfeita em consertos. Por sorte, ficou quase imperceptível o trabalho do pessoal da Vemasa. Mais tarde, meu pai me contou que o cara do Opalão foi lá na alfaiataria para pedir mais dinheiro, o meu salário de um mês sumiu nas contas.

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