quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

MINHAS MAIS CÉLEBRES CAGADAS.................. 14 - O BOMBRIL, A CAIXA DE FÓSFOROS E O PIRULITO


Eu devia ter uns sete anos, e havia a "venda" do Seu Naue, um pequeno mercado que ficava na esquina de nossa quadra. Pronuncia Seu Náua, é alemão o sobrenome. A família toda atendia no balcão, o Seu Naue, sua esposa e os três filhos, um rapaz e duas meninas. Fui comprar um pacote de BomBril, e o Irio, o filho do seu Naue me atendeu. Ele tinha a mania de colocar o pacote de BomBril sobre o balcão e bater com a mão, o que estourava a embalagem plástica, dando o maior estrondo e assustando os fregueses. Eu não gostava, era eu que queria fazer aquilo! Paguei a compra, ele não tinha troco e me deu uma caixa de fósforos no valor de cinquenta centavos. Eu, bem certinho, cheguei em casa e coloquei a caixinha junto das outras, numa estante da despensa de casa. Uns dias depois, eu estava de bobeira e comecei a pensar bobagem: Se eu fizesse o contrário, fosse na venda com uma caixa de fósforos, eu poderia trocar por dinheiro. Engenharia reversa, não é? Quem quer dinheiro? Eu posso trocar por doces! Mas bá, peguei uma caixinha de fósforos, fui até o seu Naue e disse: "A mãe não quer isto como troco, ela mandou eu pegar um pirulito". O atendente não teve dúvidas e fez a troca. O pirulito que havia era no formato de uma chupeta de bebê, com argolinha e tudo. A seguir, fui pra casa, faceiro, me deliciando com a guloseima. A alegria durou dois minutos. Cheguei em casa, o radar da minha mãe ativou, ela me viu e já me leu como se eu fosse um BO: De onde tu trouxe esse pirulito? E dinheiro pra isso? Contra o sargentão, eu não podia fazer nada, entreguei o jogo, com os joelhinhos tremendo. Ela me tirou o doce, e ainda fez uma cena pra me desmanchar, começou a falar chorando que aquilo era um roubo, que eu tinha agido como um ladrão... as mães sabem muitas táticas de persuasão, e se nenhuma delas adiantar, pegam a gente pela orelha e chuviscam nossas pernas com varinhas de marmelo. Quando vejo a criançada hoje se entupindo de doçuras e salgadices, lembro como era difícil aparecer um doce na vida da gente quando moleque. Um salgadinho, então, só se fritasse Mandiopã, mas isso é outra história.

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