terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
MINHAS MAIS CÉLEBRES CAGADAS................. 8-O CIGARRO E A MONARETA
Eu devia ter uns 11 anos, era um dos últimos a sair da piscina da SOVA, naquela sexta-feira não foi diferente. O sol já tinha pregado o olho, no lusco-fusco os últimos deixavam a sede do clube. Alguns metros à minha frente, o seu Geraldo Mariano Dai Prá Nunes, sempre achei interessante o nome do pai de meus amigos Alexandre e Dabico, que tinha escritório de advocacia ao lado da alfaiataria do meu pai por muitos anos. Todo o dia eu lia o nome do seu Geraldo na sua placa de advogado, na fachada do prédio onde um dia foi a Caixa Federal também.
Terra chamando, câmbio, o homem tinha acabado de acender um cigarro, nem dera uma tragada, entrou no carro pra ir embora e jogou o pito fora. O Charm longo deu um rodopio e parou junto do meu pé. Novinho. Aceso. Olhei para os lados, só estávamos nós dois na calçada, eu e o cigarro. Catei. Fumegante, parecia que escrevia linhas dançarinas de fumaça num papel invisível que corria com o vento. Ah, vou dar uma tragada nesse troço agora! Meus pais fumaram até depois de eu nascer, minha avó ainda fumava, ia ser a coisa mais natural eu chegar e abrir um maço de "Oliú" King Size Filtro na sala de casa! Mas não foi o que aconteceu. Imagina que cena! E que tunda!
Fiz mais um confere, olhei novamente para os lados, no momento em que virei a cabeça na direção de casa, vi uma roda de bicicleta na esquina, alguém estava vindo, em questão de milésimos de segundo alguém ia surgir! E me pegar com a mão na bituca! Larguei o pito no instante exato em que minha irmã surgiu em sua Monareta vermelha, berrando: "Tu esqueceu que hoje nós vamos pra praia? Anda que tá todo mundo só te esperando pra sair!" Uuuuuffffaaaa!!! Se eu tivesse fumado, ia estar de olhos vermelhos, tossindo e fedendo, iam me flagrar no momento em que puxassem uma das minhas duas orelhas! Normalmente a esquerda, eles são destros. Obrigado, Lúcia, mais uma roubada da qual minha irmã me salvou. Eu iria demorar mais 11 anos para voltar a fumar. Hoje, sou um fumante preguiçoso, que é como os maus hábitos devem ser tratados: com desleixo. Fumo muito pouco, de vez em quando, quando tomo uma cerveja, e só.
A imagem, obrigado ao Gustavo Bernardi!
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Valeu pelo crédito da imagem!
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