SALVE JORGE I

Uma supertriste história que meu tio Jorge conta rindo: Com doze anos, de tanto ir na venda, acabaram sobrando uns dois mirréis no bolso do calção. E ele resolveu pegar, lá de Bom Retiro, um ônibus Fátima (antes de ser Fátima) para visitar a irmã Lora, (Lôra) a mãe dos meus primos Elizabeth e do Taylor, do Josué, que todo mundo chama de Pedro, e do Vergílio, inspirado no personagem Virgílio (o tio Puca tava charqueado e registrou assim) do Lauro Góes numa novela facilmente gugleável da Globo, que morava perto do que hoje é a malharia Amoras, bem onde tem aquele pardal, da Polícia Rodoviária, na estrada velha pra Taquari. tem um ferro velho ali. Sempre teve. Foi no buzo, dos poucos que tinha vidro na traseira, no último banco, olhando a estrada se indo. Chegou lá, uns 40 km de distância, apeou, e não tinha ninguém em casa. Falou com os vizinhos, que disseram: A Lora se mudou pra Taquari. Mas brinca um pouco aqui com os meninos... Brincar de que jeito? Sem um tostão na guaiaca, tirou o chinelo do pé, que atrapalhava pra correr e subir nas árvores, e se foi de volta na estrada de chão que hoje é a RST-287. A meio caminho, em Mariante, pediu uma caneca de água, o cara deu um litro de água pra ver ele refugar, e nã, tomou tudo. Chegou em casa no fim da tarde. Outro rider, já não é um nesta família.