CAGADA 27 - MALDADE COM OS POBRES DOS BICHIM

Quando eu era moleque, semana passada, eu costumava pregar susto em cachorros metidos a besta. Por exemplo: A mulher que morava ao lado da nossa casa tinha um doguezinho que cada vez que me via, abria o bebedor a latir e não parava mais. Um pequinês mixuruca. Pois um dia eu peguei um galho com umas folhas na ponta, parei atrás do muro e fiquei fazendo um mexe-mexe com as folhas. O curiosinho veio ver o que era e eu saltei na frente dele: ARRÁAAA!!! O cusco pirulitou-se a não mais poder, toda vez que me via, corria pra debaixo da cama da dona. Tudo corria bem, até que... num passeio pra visitar os primos em Aroio do Meio, o cusco do vizinho dos meus tios apresentou as mesmas manias de latir e não parar mais. A casa dos parentes era numa ladeira que não vi mais piramba, e o terreno foi feito como degraus de escada, para cada vizinho tinha uns dois metros de altura. Eu esperei o cusquinho parar quieto e saltei lá de cima, caindo de pé na frente dele: IARRÁÁÁÁÁ!!!! O perrito me olhou, travou, esticou as pernas e caiu pro lado, tremendo, paralisado pelo susto. Nem pensei meia vez, subi o muro e voltei com a maior cara de paisagem pra comer a torta cor-de-rosa e o chá da tia Célia, de tão quente, parecia que era feito no Vesúvio. Quando fomos embora, olhei pela janela do fuca amarelo e o dogue já estava bem de novo. Mas já não era mais arrogante. O que um cagaço não faz.