Os demais humanos e os brasileiros adoram dizer que a culpa de tudo é da pobretada que é cheia de filhos. Pobre é quem diz. Já falou com um pobre? Então como é que tem opinião: KUAKUAKUAKUAKUAKUAKUA
Opinião é que nem bunda, não existem duas iguais, cada um tem uma (alguns não tem) e alguns não aguentam ficar sem dar a sua. (E quase nunca é tão boa quanto o dono acha que é hahaha)
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Pois eu já estive lá, estive em mais lugares que tu poderia imaginar mesmo que a tua cabeça fosse do tamanho de um sedã médio. Eu vi, o Guinga, um miserável, eu estava lá dentro da casa dele, humilde e limpa, ouvi ele dizer, com carinho pro gurizoto de colo ainda:
" Esse aqui vai trabalhar com o pai, né? Vamos sentar "dicholo" juntos, esticar fio de cerca, eu fico no esteio e tu estica os cabos e põe os lastros..."
Eu vi. Ninguém pode nada contra algo assim. Não é um decreto ou um direito a aborto ou nãoborto que vai impedir o pobre de ter filho. É melhor pensar em outra coisa, viu?
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Todo mundo só tem uma preocupação, abrir a boca e berrar alguma asneira o quanto antes. Jeusolivre calar a boca, aí os outros tomam conta do espaço!!! Vão te chamar de não-fede-nem cheira!!!
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Eu vi, juro, vi um avô e uma avó carinhosos, num momento, comentar entre si que dois de seus netos "não fedem nem cheiram" só porque eles não ficam tentando chamar a atenção o tempo inteiro, gritando e gesticulando, implorando para serem notados, como todo o resto.
Eu vi e ouvi. Essa cascata não era mentira, nem nunca foi lorota boa.
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E mais: Ouvir é doloroso, mexe com coisas dentro deles, e ao menos ouvir idéias diferentes do senso comum já dá enjoo no estãm do cidadão. O velho senso comum, onde tantos se agarram pra achar que têm personalidade, caráter e conduta. Essa maneira de pensar é comparada por psicanalistas ao esgoto das cidades, só me faz pensar numa palavra: barata.
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Se tu parasse um minuto e ouvisse aquela pessoa, ela te diria tudo o que ela sabe, se tu desse tempo ela te ensinaria sua profissão, com as dicas quentes, ainda diria todos os seus segredos e entregaria seus pontos fracos. E tu, ficaria mais rico porque teria acumulado na mochila mais uma experiência de vida, um ponto de vista. Ponto pra ti. Com qualquer história de qualquer pessoa se faz um roteiro para um filme, um livro, ou uma série de livroe sobre seres-planta que correm pelas hortas à noite, no interior do país... e um deles se apaixona por uma menina que mora numa chácara... e todas as outras coisas.
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Quem fala sobre o tempo, é porque não tem: Eu mesmo raramente consigo fazer a percussão timpânica (ouvir) em sua forma mais expressiva.
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Todo mundo entende, agora compreender, isso é coisa de viadinho.
Inda sobre opinião, é que nem dinheiro: Quanto mais tu tem, realmente tem, menos tu tem vontade de dar.
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Se não for pra melhorar o silêncio,
então, silêncio.
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Nas primeiras imagens que tive de Tóquio, monstros-marinhos gigantescos emergiam para pisotear a cidade, até serem contidos pelo Ultraman. Visitando a cidade, fica claro que esse rastro de caos e destruição é mero efeito especial de quinta categoria de um seriado infantil.
Para alguém crescido numa grande metrópole brasileira, Tóquio não pode ser verdade. Como é possível uma área tão gigantesca ser inteiramente coberta por um eficiente sistema de transporte sobre trilhos, com metrô e trens interagindo perfeitamente? Como pode uma cidade não ter uma folha de papel, uma bituca de cigarro que seja no chão (especialmente uma em que seja tão difícil encontrar um cesto de lixo)? Como 13 milhões de pessoas podem viver num mesmo ambiente sem que aflore a maldita violência urbana?
A resposta é muito mais simples do que se imagina. A capital japonesa é a exata tradução de sua cultura, na qual o respeito e o senso do coletivo é algo tão natural quanto o ato de respirar. Não vou ser ingênuo e apontar que não há defeitos ali. Imigrantes brasileiros que se aventuram por lá (ou mesmo pelo país) não se cansam de numerar as dificuldades que encontram. Mas se viver num gigantesco conglomerado fosse uma arte, Tóquio seria a obra-prima.
Por conta da correria das viagens, só pude sorver a cidade “em pílulas”: um, dois ou três dias a cada visita. Talvez eu precise viver mil anos para conhecer todas as suas facetas. Não importa: cada oportunidade traz o mesmo deslumbre pela imponência das ruas e a eficiência de seu funcionamento. E pela presença do povo mais “maluco” que eu já vi: executivos aos borbotões, punks saídos do túnel do tempo, meninas que se produzem para parecer uma boneca ou com o curioso visual da maioria delas: de botas, shorts curtos e roupas de marca, andando com as pernas tortas e segurando sacolas de compras.
Não dá para descrever, é preciso ver. E viver. Estar em Shinjuku na hora do rush de uma sexta-feira, quando as ruas são tomadas por uma horda animadíssima e colorida atrás de diversão, é algo que vou lembrar pelo resto da vida. Ou andar pelas alamedas de Harajuku num sábado à tarde, onde um povo louco por roupas vai renovar seus armários. Para não dizer que não falei dos podres, uma noite em Roppongi é preciso ser observada com distinção. Bons restaurantes e umas horas num tradicional karaokê valem a visita, mas o excesso de gente bêbada que toma as ruas à medida que as horas passam forma um espetáculo deprimente.
Ainda assim, existem algumas cidades que sempre fazem surgir em mim o desejo de um dia morar nelas: Paris, Barcelona até mesmo Montreal. Nessa lista pessoal, Tóquio está no topo. Mesmo que o sonho pareça tão irreal quanto os episódios do Ultraman.
