Pointão:
Uma vez eu vi uma guria numa locadora de vídeo, convidei ela pra jantar e tal.
Peguei ela de motibas em casa, levei pra minha cafófa.
Fiz um jantarzinho, depois fomos escutar música na sala.
Lá pelas tantas, cheguei no pescoço e subi, ela tascou:
- Na ORÊIA não!
Indabem que meu filtro cultural se desconecta quando a piça tá ligada. Ou costuma fazer isso.
Daqui a pouco ela me sai com outra:
- Ainda bem que tu cozinhou, porque eu tenho TÉDIO de cozinha! TÉDIO total! Acho que no mundo não existe alguém com mais TÉDIO de cozinha do que eu!
Aí foi demais. Botei a guria na garupa da ML e fui sem dizer nada até a casa dela, longe pacas, larguei na porta e nunca mais vi.
Há uma semana, num jantar de clientes, ela e o marido sentaram na nossa mesa.
Saber escolher as palavras ( e o que elas significam) mostra a qualidade do jogador.
Quando alguém se aventura no mundo da linguagem, é bom ter um apoio na hora de escolher as palavras. Os neófitos poderão se embananar com palavras acima de duas sílabas.
Por exemplo, ESCATOLOGIA. Fui no meu Houaiss (se diz Uais) querigens e lá diz: Tratado SOBRE excrementos, do grego skatos, ta, ta.
Pois assim sendo, quando alguém quer dizer que o outro fala merda, no sentido figurado, NÃO É escatologia. Escatologia é quando a coisa versa sobre o tolete em si.
Senão, vejamos:
O cara dizer merdas do tipo:
"Raios cósmicos são uma das principais causas de câncer em pilotos de jatos comerciais" (além de ser o que criou o quarteto fantástico).
ou ainda:
" A celulose faz aparecer os veios brilhantes da madeira".
E indainda:
- "Guitarras podem ser feitas de todos os materiais: Granito, concreto, plástico, eixos cardã de Chevrolets '51, muletas, metralhadoras e skates"
NÃO se configura em escatologia.
Escatologia, novamente, é SOBRE o produti:
- Ele extrusou uma baciada de churros sabor olho de porco.
- Eu tava com caganeira e fiz aquilo que o Belzéba serve como Granola em sua lancheria natureba na orla do rio Styx.
Isso é escatologia. Aquilo que faz as mulheres repetir o seu mantra "kinôjo!" hahaha
Recomenda-se aos críticos que enriqueçam seu léxico antes de colocar o foguete na plataforma de lançamento.
Aliás, segundo meus afodismos, há um que diz:
"Para se fazer uma crítica decente, tem que ter base. Mas quanto mais base se tem, menos inseguro se fica e consequentemente menor necessidade de criticar."
É isso, obrigado por seu tempo, pois realmente, tem razão o profeta-sábio-visionário quando afirma:
O espécime primata encontra-se incapacitado de focalizar a extensão preênsil que deriva de sua própia coluna vertebral.
Amplexos, Genuflexões e Polichinelos a todos.
Tuta
Nenhum comentário:
Postar um comentário