Eu fui a praga. A peste. A desgraceira. Eu tinha sete anos e vivia nos quintais dos vizinhos. As mães dos meus amigos me viam e escondiam os biscoitos. A mãe do Pelé e do Leilêi, dois morenos que moravam a uma quadra da minha casa, me enxotava dos seus fornos com um tirador de cinzas. Ela sustentava a família fazendo bolachas para vender, e eu ia pelo cheiro até a sua casa... no fim, de tanto eu insistir, ela me dava algumas bolacjhas de polvilho, o seu mau humor fingido não esciondia o orgulho das suas bolachas, eram as melhores que haviam na terra do Vassa-Rato.
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