Seu Olís, cujo nome era Ulysses, foi cozinheiro de uma equipe que andava, nos anos 1960 a 1980 no interior do estado do RS, marcando árvores para postes, a serviço da companhia elétrica. Com ele viajavam o motorista Tito, o José, meu sogro, o Anselminho e o seu Wilson, o chefe da turma. Quando o jantar era galinhada, o pessoal reclamava que só pegava os pedaços sem carne da galinha, só pescoço, asas, sambiqueira e quetais. Uma noite o Tito ficou na tocaia só sacando o que o cozinheiro Olís fazia. Ele assava os pedaços na caçarola e antes de colocar o arroz, que cobria tudo, movia as peças mais saborosas e cheias de carne para o lado do cabo. Com isto, a turma se servia na parte da frente da panela, onde estavam os piores cortes, sobrando os bons para o cozinheiro. Nisso o Tito foi se servir e tungou a colher no lado do cabo, o Olís berrou:
- Vê se isto é jeito de se servir, junto do cabo...
E o Tito, na hora, com aquela voz de escapamento de DKW:
- Tu cala a boca alemão desgraçado, tu pensa que eu não vi que tu bota os pedaços bons, a moela, as coxas, desse lado e só tu come?
Acabou ali o mistério da galinhada.
Mas que galinhagem, isso é de rachar o bico!
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