quarta-feira, 24 de março de 2010

CAGADA 20 - TINA DeMORREY


Eu, com o salário da serigrafia, comprei um rádio. O primeiro rádio FM que apareceu nos Schweickhart, uma loja a meia quadra do colégio, quase na frente da alfaiataria do Pai, e ao lado de uma grande novidade que iria marcar uma nova época em Venâncio Aires: Um trailer de xis, prensados e cachorros-quentes. Bão, voltando ao rádio, com ele captava emissoras com uma baita qualidade de som, aquela caixa plástica de imitação de madeira era uma coisa impressionante, era só ligar e quem estivesse por perto vinha ouvir, as orelhas só tinham viajado até a cerquinha da rádio AM, que roncava a cada DKW que passava, e a velha vitrola de agulha de safira e cápsula cerâmica, que mais chiava sobre os elepês empoeirados do que fazia algum barulho. Lá em casa já tínhamos tecnologia, garrei um gravador de fita K-7 que o pai trouxe de São Paulo e comecei a encher fitas com as melhores da Continental FM e da Rrrrrrrrrrrádio Pãmmmmmmmmmmmmmmmmmpa. Um dos melhores programas era do Júlio Furst, na Gaúcha FM, e ele apresentou, com seu inglês impequêibol, uma cantora americana: Tina DeMorrey! Pelo menos foi o que eu entendi. Numa vinda a Santa Cruz, pra comprar discos e peças pro autorama, cacei a cantora, perguntei pra todo mundo: Tem o disco da Tina DeMorrey? Alguns diziam: Não. Outros respondiam: Olha, não veio ainda, mas eu encomendei, passa na semana que vem... Só que mais tarde eu conheci melhor a cantora e descobri que eu tinha captado completamente errado o nome: era a DIONNE WARWICK! Na capa fictícia, usei uma antiga foto da górgona.

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